15.06.2020
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Direito à Saúde Activismo em Saúde

Aliança para a Saúde realiza primeiro encontro de coordenação

As principais motivações que conduzem à criação da Aliança para a Saúde são: a existência de iniquidades no acesso à saúde e a sua crescente mercantilização, a reduzida disponibilidade e a constatação da necessidade de reforçar a estratégia dos cuidados de saúde primários.

Decorreu, na passada sexta-feira (12 de Junho), em Maputo, o primeiro encontro de coordenação da rede Aliança para a Saúde. Este teve como participantes as seguintes organizações-membro: a medicusmundi, a N’weti – Comunicação para Saúde, o Fórum Mulher, o CESC - Centro de Aprendizagem e Capacitação da Sociedade Civil e o OCS - Observatório do Cidadão para Transparência e Boa Governação no Sector de Saúde. A reunião teve como objectivo apresentar formalmente a Aliança para a Saúde enquanto rede e reflectir sobre os seus principais pilares e passos a dar no futuro.

Na reunião, Ivan Zahinos, Coordenador de Relações Internacionais da medicusmundi, fez uma breve contextualização desta iniciativa e afirmou que a Aliança para a Saúde pretende trabalhar em rede para tornar a saúde um direito para todos e todas, em Moçambique. Por outro lado, Violeta Bila, Responsável da Aliança para a Saúde na medicusmundi, recordou as principais motivações que conduziram à criação desta rede, tendo por base o princípio da saúde enquanto direito fundamental e universal, nomeadamente: a existência de iniquidades no acesso à saúde e a sua crescente mercantilização, a reduzida disponibilidade e a constatação da necessidade de reforçar a estratégia dos cuidados de saúde primários (CSP) e a desatenção à abordagem dos determinantes sociais da saúde (DSS). Em suma, a urgência no reconhecimento da saúde como um Direito Humano e a necessidade de existirem acções colectivas que promovam a mudança e a transformação social.

Esta iniciativa conta com o apoio financeiro da Agência Espanhola de Cooperação Internacional para o Desenvolvimento (AECID), do Município de Barcelona, da Open Soceity Foundations e doutros co-financiadores.

Movimento social integrador e inclusivo, em permanente diálogo

O encontro, que contou com a participação e interacção de todos, serviu também para salientar os principais pilares da Aliança para a Saúde, mais concretamente a Pesquisa, a Formação (Escola de Activismo em Saúde) e a Advocacia (Acção para a Saúde).

No decorrer da apresentação, o OCS mostrou-se disponível para contribuir com um curso sobre Cidadania Sanitária, o CESC com um curso sobre Responsabilização Social (Social accountability) em Saúde e o Fórum Mulher com um curso sobre Desigualdades de Género.

As organizações-membro presentes neste primeiro encontro da Aliança para a Saúde acordaram realizar encontros quinzenais, por forma a planificar e consolidar a execução das actividades e objectivos desta rede, que no futuro pretende constituir-se como um movimento social integrador e inclusivo, em permanente diálogo, não só com a Sociedade Civil, mas também com o sector da saúde, as plataformas de utentes e outros sectores e pessoas interessadas.

Como próximos passos, as organizações participantes estabeleceram os seguintes: a definição dos critérios de filiação dos membros e adesão à rede; a identificação de possíveis linhas temáticas que a possam enriquecer nas diversas áreas de actuação; a elaboração de um plano operacional; e, o lançamento oficial e público da Aliança para a Saúde.