05.09.2022
#MostradeCinema, ACTIVATE, DireitoàSaúde, Moçambique
Direito à Saúde Activismo em Saúde

Sessão especial da Mostra de Cinema ACTIVA-TE na UEM

A medicusmundi e a Aliança para a Saúde realizaram na sexta-feira, 2 de Setembro de 2022, às 17:00h, uma Sessão especial da Mostra de Cinema ACTIVA-TE sobre ʽʽOs Principais Desafios no Exercício do Direito à Saúde em Moçambiqueʼʼ, na Escola de Comunicação e Artes da Universidade Eduardo Mondlane (ECA-UEM).

A Sessão Especial da Mostra de Cinema foi dirigida aos estudantes de Comunicação e Artes da UEM, com o objectivo principal de contribuir para a educação e sensibilização da cidadania sobre o Activismo e o Direito à Saúde e trazer à consciência o importante papel que a Comunicação e as Artes exercem no contexto da saúde.

O evento, com uma duração de pouco mais de 2 horas, teve na sua agenda a projecção do filme ʽʽCalçasʼʼ, dirigido pelo Paulo Guambe, e um painel de debate que contou com a participação de António Mate, Defensor dos Direitos Humanos e colaborador do Observatório do Cidadão para Saúde (OCS), Paulo Guambe, Cineasta e Docente Universitário, sob a moderação de Miranda Munhua, especialista em Comunicação para a Saúde e colaborador da medicusmundi.

O filme “Calças” é uma curta metragem produzida em 2018 por Paulo Guambe, no âmbito do estágio escolar de formação em Cinema e Audiovisual no ISARC, cuja estória gira em torno de um jovem que perde a vida depois de não ter tido acesso a assistência médica num hospital público, em virtude de se apresentar vestido de calções.

A arte não deve ser para a diversão, ela deve ser feita para mudar as atitudes dos detentores de poder

Na ocasião, Paulo Guambe reafirmou que o cinema e a arte no geral podem servir de instrumentos eficazes para a resolução de problemas práticos da sociedade. Num trecho do seu filme ʽʽCalçasʼʼ, Guambe afirma que “A arte não deve ser para a diversão, ela deve ser feita para mudar as atitudes dos detentores de poder”.

Vimos que a falta de cordialidade pode determinar a vida de uma pessoa

Em seguida, António Mate salientou que a saúde é um direito universal que não se pode negociar. Para este especialista, o filme projectado ilustra algumas das barreiras que os utentes encontram no acesso aos serviços de saúde em Moçambique. “Vimos que a falta de cordialidade pode determinar a vida de uma pessoa, isto para dizer que, essas barreiras que encontramos podem vir a custar a vida de um cidadão”, afirmou.

Alguns dos desafios no exercício do Direito à Saúde em Moçambique estão relacionados com as cobranças ilícitas, a falta de conhecimento em relação aos instrumentos de denúncia, a falta de empatia por parte dos provedores de saúde, a problemática das infra-estruturas, a falta de inclusão das pessoas com deficiência, o difícil acesso aos medicamentos nos hospitais, entre outros.

Refira-se que a realização desta mostra de cinema se encontra inserida na Campanha “Activa-te”, que foi lançada no passado mês de Fevereiro pela Aliança para a Saúde, para a Defesa do Direito à Saúde em Moçambique, nas áreas do Direito à Saúde, Violência Obstétrica, Melhoria dos Serviços a Mulheres Vítimas de VBG, Direitos e Deveres do Doente, Diversidades Sexuais e Masculinidades Positivas, Nutrição e Saúde Comunitária, com foco na obtenção de efeitos positivos para o fortalecimento do Sistema Nacional de Saúde.

Esta actividade foi realizada com o apoio financeiro da Agência Espanhola de Cooperação Internacional para o Desenvolvimento (AECID) e outros co-financiadores.