Lançamento da Campanha sobre Violência Obstétrica - HumanizaMOZ
No dia 24 de Novembro de 2021, foi lançada oficialmente a campanha nacional de prevenção e combate à violência obstétrica #HumanizaMOZ.
Estiveram presentes neste evento organizado pela Saber Nascer, uma organização-membro da Aliança para a Saúde, 35 participantes, entre activistas e membros de diferentes organizações da Sociedade Civil e representantes do sector da Saúde. Destacamos a presença dos seguintes: Dr. Benjamim Matingane (AMOG - Associação Moçambicana de Obstetras e Ginecologistas); Dra. Eugénia Tsovo (Serviço de Saúde da Cidade de Maputo); Yara Utuie e Camila Fanheiro (Saber Nascer); Violeta Bila (medicusmundi / Aliança para a Saúde); José Dias (Programa Potenciar); e, António Mathe (Observatório do Cidadão para Saúde).
A representante do Serviço de Saúde da Cidade de Maputo, a Dra. Eugénia Tsovo, reconhece que o problema existe e por causa desta problemática (violência obstétrica) o indicador relativo a partos institucionais tende a baixar, o que significa que temos mais mulheres com medo de usar os serviços prestados nas maternidades, pela falta de confiança em relação a estes mesmos serviços.
“É óbvio que se esta situação prevalecer, teremos mais mortes materno-infantis.”
(Dra. Eugénia Tsovo)
O representante da AMOG, o Dr. Benjamim Matingane, lançou um desafio a todos e todas no sentido de trabalharmos mais na prevenção, consciencializando mais os jovens e as crianças a respeitarem os direitos humanos das mulheres, pois estes serão os futuros profissionais de saúde ou de outras áreas, sendo imperativo respeitar os direitos humanos em qualquer circunstância.
“Precisamos todos de dizer um basta à violência obstétrica. Muitas vezes, esta violência é mais verbal e psicológica do que física, o que acaba diluindo a sua relevância. No entanto, estas são apenas formas mais graves de violência.”
(Dr. Benjamim Matingane)
Duas das activistas presentes na sala, uma da ASCHA e outra da Saber Nascer, afirmaram ter passado por violência obstétrica. A activista da ASCHA indicou ter medo de voltar a ser mãe por conta da violência obstétrica sofrida.
“A questão é, quantas mais mulheres têm medo de voltar a ser mães? E quantas mais nem sequer têm a oportunidade de dizer se querem ou não ser mães porque já estão mortas?”
(Activista da ASCHA)
Próximos passos em relação à campanha #HumanizaMOZ: será realizado um workshop com a sociedade civil e membros do Governo para analisar e discutir em torno desta temática nos próximos dias 6 e 7 de Dezembro. E, ao longo dos próximos 12 meses, serão também realizadas várias outras actividades que iremos anunciando. Estejam atentos/as!